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O momento da morte
"A natureza da mente é tal que o pecador que se arrepende e pratica um acto de fé de um poder superior tem maior probabilidade de ter uma experiência visionária beatífica que o pilar da sociedade satisfeito consigo mesmo e as suas justas indignações, a ansiedade quanto às suas possessões e pretensões, os seus hábitos inveterados de acusar, desprezar e condenar. Daí a enorme importância atribuída ao estado de espírito no momento da morte em todas as grandes tradições religiosas."Céu e Inferno, Aldous Huxley
Céu e Inferno foi um portal pra mim, no final da década de 70,
ReplyDeleteeu terminando a faculdade e recebendo de "herança", livros que
ficaram guardados na mochila de um amigo que foi para
Alemanha e não mais voltou.
Lá dentro estava toda a minha casa VIII zodiacal.
Um IChing do Hermann Hesse, uma revista alternativa, onde conheci Osho,
antes Rajneesh, numa matéria onde ele falava sobre Ser como o Bambu Oco,
dois livros do Allan Watts, Céu e INferno, de Huxley, O Aleph, de BOrges,
Mensagem, de Pessoa, O livro Tibetano dos Mortos, O Segredo da FLor de Ouro,
Richard Wilhelm e Jung, O Eu Psicológico, Jung, entre outras preciosidades.
Nascia ali uma interrogação, a mesma da matéria sobre Papaji, publicada no Metamorficus:
é a minha mente quem cria o meu universo, com todas essas situações de vida e pós morte?
Em Céu e Inferno tem um capítulo no qual Huxley oferece uma resposta à pergunta
- Por que as pedras preciosas são chamadas preciosas? Este capítulo me abriu um portal
e foi quando realizei uma compreensão da meditação.
Todo o livro é um portal.
Em nossas conversas, por aqui, tempos atrás lemos uma passagem do Osho, onde ele
conta sobre o monge que morreu em seguida à pancada que o mestre deu em sua cabeça
durante a meditação, em que este monge tocava compassadamente o gongo.
O mestre sabia que ele ia morrer naquele instante, e que estava para se distrair com uma apsara, ninfa formosa que estaria a passar na campina à frente dele.
E o petardo do mestre foi para mantê-lo consciente pois, diz-se, na hora da passagem, aparecem apsaras para roubar a consciência do momento e impedir o salto
iluminado.
Sou bhakti, o louvor me encanta, mas as doutrinas já não me servem. Nenhuma delas,
Nem a de Kardec, sendo eu, espírita. Todas as doutrinas pretendem criar um modelo
de vida pós morte.
Exemplifica-se para ensinar e isso é terrível, pois não se fala do que lhe consta,
é a mente formatando mentes.
Anelo por minha própria percepção de tudo, e tenho muito ainda a desconstruir
de tantos ensinamentos; penso que há que se esvaziar, limpar, lavar toda essa mente
que se espalha por todas as partículas,e meditar.
Transmutando e meditando. Sendo o real ser interno a cada instante.
Osho tem sido muito importante neste Momento.
Bem como os poeta, em especial Rumi, Tagore, Khayyam, Gibran,
Hei de dissolver-me em pura poesia, se esta é a função do meu nome.
Mas, por enquanto, vou cuidando do jardim.
As flores, as ervas, o chão, os passarinhos, borboletas, gatos,
todos eles sutilizam a gente, tanto que o melhor lugar para não pensar
é um quintal. Pelo menos pra mim.
O jardim acalma, pacifica, silencia a mente da gente.
Os gnósticos falam sobre o mundo das efígies, das criações mentais.
É um tema interessante.
Carmen,
ReplyDeleteGrande comentário (grande no sentido de grandioso). Se não fosse por nada, até publicava-o como artigo.
Gostava imenso que uma alma como a tua comentasse um dos meus posts mais recentes, intitulado "As cinco pinturas". Posso contar contigo?
Muito obrigado,
Richard