Transcrevo abaixo uma experiência ocorrida há poucos dias, que para mim significou quão tênue é a fronteira entre sonhos ordinários, sonhos lúcidos e Projeção Astral (OBE/EFC):
Lembro-me que no final de um sonho comum fechei os olhos (os olhos oníricos) pensando (no sonho) sobre algo que venho desenvolvendo ultimamente: a idéia de que o sonho começa antes do que percebemos.
Assim, de olhos fechados no sonho, associei essa idéia com o processo da morte ("Bardo", na terminologia budista) pensando no sonho:
"essa escuridão que vejo poderia ser o estado de morte, bastando estarmos conectados com o presente instante para que continuemos conscientes na morte."
E, como estava sonhando, com a mente bastante plástica, comecei a não sentir mais nada, ou melhor, fiquei consciente de que já não tinha corpo.
Aqui, foi como se o sonho tivesse se transformado em sonho lúcido, no qual sabemos que o corpo onírico não tem substância, matéria.
Então, diante da escuridão, senti meu corpo flutuar fortemente e tornei-me consciente de que poderia estar entrando em projeção astral.
Ou seja, curiosamente, foi como se o "Eu astral" recobrasse lucidez, a partir de um sonho não lúcido.
Em condições normais, ainda que sinta meu corpo flutuante, tenho enormes dificuldades em promover o descolamento dos corpos ("astral e físico", segundo a terminologia empregada por alguns), mas, nesse caso, como estava no ambiente onírico, quando pensei: "- Isso é o início de uma projeção e posso me levantar !" , imediata e facilmente me levantei, com a consciência precisa de que meu corpo físico teria ficado para trás (seja onde for, pois ainda estava sonhando e não tinha consciência precisa de que estava na cama).
Daí ocorreu uma coisa estranha: podia sentir meu corpo "astral" se movimentando, ficando de pé, agachado etc, porém não conseguia ver nada, tudo permanecia escuro. Estava bem lúcido sobre isso também e continuei tentando enxergar algo, mas só havia escuridão.
Por algum tempo me movimentava, porém nada de visões.
Até que, bem depois, uma imagem noturna apareceu, bastante turva. Era a janela da casa em que eu morava quando adolescente.
Sabendo que não estava no meu corpo físico (tal qual em um sonho lúcido), pulei para o parapeito da janela, que era bem alta, mas não sentia medo de cair no abismo, pois sabia que estava em um ambiente não-material.
Fiquei agachado ali (na verdade, de cócoras), como se fosse um pássaro ou um gato, olhando para baixo, bem na ponta.
Porém, não tive lucidez suficiente para perceber que o ambiente onírico estava, talvez, retomando o controle, ou seja, estava perdendo, a lucidez.
Esta questão é controversa, pois alguns autores, em especial Oliver Fox, afirmam terem se projetado muitas vezes lucidamente em um ambiente completamente onírico.
Enfim, começou um enredo de sonho e, não me lembro bem o porque, tinha ou quis efetuar um salto para a outra janela, uma manobra que agora julgava perigosa ainda que soubesse não estar no corpo físico (ou seja, estava perdendo a lucidez). Acabei saltando e, depois, o sonho transcorreu sem lucidez, pelo pouco que consigo me lembrar.
Essa experiência mostra que as fronteiras entre lucidez/imaginação dentro do ambiente samsárico não são nítidas. De fato, começa a ficar difícil definir com exatidão o que é vigília, sonhos ordinários, sonhos lúcidos, projeção astral etc.
Parece que é uma questão mais vibracional que ontológica, por assim dizer. É uma questão de intensidade e não uma fronteira nítida.
Assim, de olhos fechados no sonho, associei essa idéia com o processo da morte ("Bardo", na terminologia budista) pensando no sonho:
"essa escuridão que vejo poderia ser o estado de morte, bastando estarmos conectados com o presente instante para que continuemos conscientes na morte."
E, como estava sonhando, com a mente bastante plástica, comecei a não sentir mais nada, ou melhor, fiquei consciente de que já não tinha corpo.
Aqui, foi como se o sonho tivesse se transformado em sonho lúcido, no qual sabemos que o corpo onírico não tem substância, matéria.
Então, diante da escuridão, senti meu corpo flutuar fortemente e tornei-me consciente de que poderia estar entrando em projeção astral.
Ou seja, curiosamente, foi como se o "Eu astral" recobrasse lucidez, a partir de um sonho não lúcido.
Em condições normais, ainda que sinta meu corpo flutuante, tenho enormes dificuldades em promover o descolamento dos corpos ("astral e físico", segundo a terminologia empregada por alguns), mas, nesse caso, como estava no ambiente onírico, quando pensei: "- Isso é o início de uma projeção e posso me levantar !" , imediata e facilmente me levantei, com a consciência precisa de que meu corpo físico teria ficado para trás (seja onde for, pois ainda estava sonhando e não tinha consciência precisa de que estava na cama).
Daí ocorreu uma coisa estranha: podia sentir meu corpo "astral" se movimentando, ficando de pé, agachado etc, porém não conseguia ver nada, tudo permanecia escuro. Estava bem lúcido sobre isso também e continuei tentando enxergar algo, mas só havia escuridão.
Por algum tempo me movimentava, porém nada de visões.
Até que, bem depois, uma imagem noturna apareceu, bastante turva. Era a janela da casa em que eu morava quando adolescente.
Sabendo que não estava no meu corpo físico (tal qual em um sonho lúcido), pulei para o parapeito da janela, que era bem alta, mas não sentia medo de cair no abismo, pois sabia que estava em um ambiente não-material.
Fiquei agachado ali (na verdade, de cócoras), como se fosse um pássaro ou um gato, olhando para baixo, bem na ponta.
Porém, não tive lucidez suficiente para perceber que o ambiente onírico estava, talvez, retomando o controle, ou seja, estava perdendo, a lucidez.
Esta questão é controversa, pois alguns autores, em especial Oliver Fox, afirmam terem se projetado muitas vezes lucidamente em um ambiente completamente onírico.
Enfim, começou um enredo de sonho e, não me lembro bem o porque, tinha ou quis efetuar um salto para a outra janela, uma manobra que agora julgava perigosa ainda que soubesse não estar no corpo físico (ou seja, estava perdendo a lucidez). Acabei saltando e, depois, o sonho transcorreu sem lucidez, pelo pouco que consigo me lembrar.
Essa experiência mostra que as fronteiras entre lucidez/imaginação dentro do ambiente samsárico não são nítidas. De fato, começa a ficar difícil definir com exatidão o que é vigília, sonhos ordinários, sonhos lúcidos, projeção astral etc.
Parece que é uma questão mais vibracional que ontológica, por assim dizer. É uma questão de intensidade e não uma fronteira nítida.
Caro JHolland,
ReplyDeleteOs teus relatos são unicos e extremamente uteis para aprendermos com eles!
Na verdade, também acho que todos estes estados de consciencia (sonhos normais, lúcidos, OBEs, "realidade", etc) têm entre eles uma barreira mais ténue do que parece à partida.
Há algum tempo pratiquei um exercicio, até penso que já comentei contigo, que inseriu uma verdadeira rotura naquela concepção tradicional que "agora estamos acordados e, por isso, é real, e quando estamos a sonhar é surreal". Basicamente, quando estava prestes a adormecer pensava "agora vou acordar" (ou seja, tentando transferir o conceito de realidade para o mundo onirico) e quando acordava de manhã, pensava: "acabei de adormecer". Passados pouquíssimos dias de ter começado a fazer o exercicio sentia perfeitamente que a barreira do "real" e "irreal" é mera invenção da mente.
Abraço,
Richard
Obrigado Richard, pelos seus comentários.
ReplyDeleteConcordo plenamente com você. É de fato um autêntico exercício de descondicionamento, em seu sentido mais profundo. Por isso, tanto os sonhos lúcidos, como as OBE, são, na verdade, um instrumento para se atingir um grau mais alto de lucidez e consciência. Esse é meu propósito principal !
Abs