Wednesday, December 15, 2010

Taking advantage of our human form



"Turning the experience of death, bardo, and rebirth into the path to enlightenment is not a fantasy. Because we have the type of body we do, we can definitely accomplish this great aim.
According to the sutra teachings, our present physical body is viewed largely as hindrance. It is decaying from moment to moment, prone to sickness, and attracts misery in the way a magnet attracts pieces of iron. In fact, the most succinct way of defining the first noble truth of suffering is to say it is the body itself. But the tantric teachings take the opposite view. Far from being a hindrance or obstacle, the human body is regarded as something most precious because it contains all the necessary equipment fro reaching enlightenment in one lifetime.
It is made up of the four elements of earth, water, fire and air and the energies (prana) associated with them. And because it is born from the womb, it contains the red and white drops - from the mother and father respectively - needed for arousing the blissful energy of the kundalini experience."

Friday, December 10, 2010

Are we seeing more UFOs, because our conscience is ready?


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"When we think about human readiness to deal with significant new scientific discoveries, we often think about conventional psychological and emotional preparedness of individuals, groups and societies.
...
In one such case, the U.S. defense and intelligence activity usually referred to as Project STAR GATE conducted research and operations related to extrasensory perception (ESP). The researchers and participants discovered that human consciousness is not nearly as limited as we often believe and that humans can tap into extraordinary perception and awareness."


Leitura interessante. Link aqui.

Wednesday, December 1, 2010

Dissolving Self-Created Limitations: Dreams and Emptiness

"If we want to understand how we are ordinarily misled by our false projections and how we can begin to break free from their influence, it is helpful to think of the analogy of our dream experiences. When we wake up in the morning, where all the people we were just dreaming about? Where did they come from? And where did they go? Are they real or not? Of course not. These dream people and their dream experiences all arose from our sleeping, dreaming mind; they were mere appearances to that mind. They were real only as long as we remained in the dream-state; to the waking mind of the next morning they are only insubstantial memory. While we were asleep they seemed so true, as if they were really out there, having a concrete existence quite apart from ourselves. But when we wake up we realize that they were only the projections of our dreaming mind. Despite how real they seemed, these people in fact lack even an atom of self-existence. Completely empty of any objective existence whatsoever, they were only the hallucination of our dream experience."

in Introduction the transformation of desire to Tantra, de Lama Yeshe

Wednesday, November 24, 2010

REM cloud

REMcloud Social Network

REMcloud is a Facebook-like social networking site that lets you upload your dreams to the cloud. It syncs with Facebook and Twitter, but you can also find new dream-sharing friends on the site itself.

The most interesting aspect for me is the "dreams trending" cloud, where you can see world-wide dream trends for symbols and events. This may be the closest the Internet has come yet to the "Collective Unconscious," although right now the fastest group to adapt the REMcloud is the 12-17 set, including all their dream tweets about celebrities and Harry Potter.

Saturday, November 20, 2010

self-perpetuating cycly of karma



"Prior to realization, the individual's true nature is obscured by the root ignorance that gives rise to the conceptual mind. Ensnared in dualistic vision, the conceptual mind divides the seamless unity of experience into conceptual entities and then relates to these mental projections as if they inherently exist as separate beings and things.
The primary dualism divides experience into self and other, and from the identification with only one aspect of experience, the self, preferences develop. This results in the arising of aversion and desire, which become the basis for both physical and mental actions. These actions (karmas) leave traces in the individual's mind as conditioned tendencies, resulting in more grasping and aversion, which lead to new karmic traces, and so on. This is the self-perpetuating cycly of karma."


in The Tibetan Yogas of Dream and Sleep, de Tenzin Wangyal Rinpoche

Sunday, July 4, 2010

Pedindo ajuda aos Deuses



Esta semana, por razões muito específicas, vi-me bastante dividido. Por as coisas estarem a assumir proporções que não conseguia dominar mentalmente, decidi pedir ajuda aos Deuses. Segue o relato.

(primeira dose de Salvia)
Lembro-me de sentir-me em estado de OBE com vários pensamentos sobre a existência. Nisto, senti que o foco de concentração é realmente entre os olhos mas o "segredo" não é imaginar que queremos "sair", nem sequer pensar sobre isso; é sim projectar essa intenção, sem pensar, nesse ponto entre os olhos.
Penso que este sonho foi uma iniciação para o seguinte, por forma a que conseguísse obter a resposta à pergunta que me assombrava a mente. É interessante que com a ajuda da pastora consegui iniciar-me e depois obter do meu inconsciente a resposta que, conscientemenet, não possuía.




(segunda dose de Salvia)
Sentia-me num sítio apertado - não tinha noção da terceira dimensão - em tons de verde escuro. Parecia haver troncos ou ramos grossos.
Ouvia: "Quem é a Carla? Quem é a Patrícia?" Ao mesmo tempo que ouvia, sentia que - telepáticamente - estava a tentar perguntar sobre essas duas pessoas. Ao ouvir as vozes dizerem "Quem é Carla? Quem é a Patrícia?" sentia que a resposta era irrelevante, como se àquele nível (o da minha consciencia naquele momento) elas não existissem.
Depois, apesar de não me ouvir com a minha própria voz, perguntava-me "Mas quem sou eu? Quem sou eu? Quem sou eu? Quem sou eu?", ao mesmo tempo que sentia um vazio identico ao que tinha sentido aquando das outras perguntas. Ainda em profunda OBE, completamente apagado para o mundo, fui recuperando a minha consciencia habitual, apesar da voz do meu pensamento continuar a não ser a minha.




(experiência posterior à Salvia)
Esta experiência voltou a fazer com que visse a minha vida com algum distanciamento/desapego e a relativizar tudo o que acontece. Quando vivemos viciados nas pessoas e nas circunstancias, para além de não conseguirmos aceitá-las tal como são, não conseguimos realmente abraçar a vida. Apenas quando estamos desapegados das circunstancias podemos realmente dedicar-nos aos outros de forma altruista e, a um nível mais elevado, percepcionar as coisas como realmente são.

Friday, July 2, 2010

Por que os sonhos parecem tão reais?



Segue um copy&paste de um artigo publicado no blog do meu grande amigo JHolland que, por ser completamente fora de série, decidi publicá-lo aqui também.



Retirei esses dois textos anônimos do excelente Blog Ninguém, Nunca, em Lugar Nenhum:



POR QUE OS SONHOS PARECEM TÃO REAIS?


A Consciência resplandecendo em você está sempre brilhando, Ela nunca dorme. Assim, quando o seu corpo está 'dormindo', mas o pensar continua ativo durante o estado de sonho, a Consciência resplandece nos pensamentos-sonho, emprestando sua realidade a eles, fazendo, dessa forma,o sonho parecer real. Qualquer coisa a que a Consciência empreste a sua realidade, ganha a ilusão de ter vida - sejam os seus pensamentos durante o estado de sonho ou os seus pensamentos durante o seu estado 'acordado'. A Consciência Universal é a ÚNICA fonte de realidade e percepção que existe. Tudo o mais apenas pega emprestada a sua realidade da Consciência Universal, mais ou menos como a lua à noite parece ter brilho próprio, quando na verdade sua luminosidade vem do sol.



Uma outra coisa sobre os sonhos, é que todos os personagens do sonho PARECEM absolutamente separados no sonho, mas ainda assim você sabe que eles todos de fato vêm de UM sonhador, e são, portanto, UM só. Entretanto, se alguém chegasse para a sua 'persona onírica' durante um seu sonho, e lhe dissesse que todos no sonho eram de fato apenas UM, você pensaria que esse alguém estava louco. Portanto, mesmo nos sonhos, as crenças incorretas distorcem a realidade. E não pense que os pensamentos, que criam essa distorção da realidade durante seus sonhos, param de fazer seus "truques" quando você "acorda" - eles estão criando a mesma distorção da realidade AGORA MESMO.

CRENÇAS INCORRETAS A SEREM REMOVIDAS

Você é 100% "auto-relizado" nesse mesmo instante, quer você entenda isso ou não. Não existe um "caminho", apenas crenças incorretas que precisam ser removidas. E a própria crença de que existe um caminho é, em si mesma, um obstáculo. Você não pode nunca estar fora da eterna realidade, ISSO É IMPOSSÍVEL.



Não esqueça, TUDO acontece NA PERCEPÇÃO. Mesmo quando você entende tudo o que eu estou dizendo, os pensamentos ainda podem aparecer como "Eu tive um dia cheio no trabalho hoje, distraí-me e não fiquei muito na PERCEPÇÃO". Mas isso é apenas um pensamento que está acontecendo na PERCEPÇÃO. Da mesma forma, o pensamento oposto, "Eu tive um dia muito 'focado', e realmente permaneci na PERCEPÇÃO" é igualmente um pensamento, uma visão, que está acontecendo na PERCEPÇÃO. Tudo é apenas uma aparência na PERCEPÇÃO. E você é a PERCEPÇÃO, não a aparência.

Uma pessoa ocupada num sonho tem o sonhador fluindo através dela em menor escala que uma pessoa meditando no mesmo sonho? Para o sonhador, ambas são apenas um sonho. O personagem do sonho que ignora o fato de que existe apenas a Consciência do sonhador está tão na Consciência quanto o personagem que tem esse entendimento. A única diferença entre eles é que o que não tem esse entendimento está simplesmente carregando crenças incorretas.

Monday, June 28, 2010

O bilhete para Atenas



- Gosto que as palavras que uso estejam relacionadas com os factos. É por isso que me interesso pela eternidade - pela eternidade psicológica. Por se tratar de um facto.
- Para si, talvez - disse Jeremy.
- Para todo aquele que escolha cumprir as condições sob as quais possa ser vivida.
- E porque alguém o desejaria?
- Porque decidira alguém ir a Atenas ver o Parténon? Porque vale a pena. E o mesmo se aplica à eternidade. A experiência do bem intemporal vale todo o esforço que implica.
- O bem intemporal, - repetiu Jeremy desagradado - não sei o que significam essas palavras.
- E porque deveria? - disse o Sr. Propter. - Você nunca comprou um bilhete para Atenas.

Aldous Huxley, Também o Cisne Morre (1939)

Sunday, June 27, 2010

Efeitos psicológicos e mentais da experiência com Salvia



Logo nos dias seguites à experiência que relatei ontem, algumas coisas começaram a mudar. Na primeira noite aconteceu-me algo inédito: tive duas vezes o mesmo sonho, na mesma noite, coisa que não me recordo de ter acontecido antes. Um dia ou dois depois, voltou a acontecer-me algo também de inédio: tive um pesadelo, acordei, voltei a adormecer e continuei o sonho/pesadelo anterior. Isso serviu para reconhecer que estava a sonhar e acordei. Sinto vontade de associar estas duas novas experiências a ter fumado a planta, porque acho "coincidencia" a mais não ter nada a ver.

Devido a estas três experiencias com Salvia, mais precisamente a toda a meditação que provocou, senti que a minha mente a foi "reprogramada". Notei perfeitamente que tive um "salto" mental. Passei a ver as coisas de uma perspectiva realmente mais elevada. E sim, sinceramente já não faço grande distinção entre "realidade" e mundo onirico. É tudo um continuum, nós é que perdemos muitas vezes a consciencia.

Os meus sonhos ficaram mais vívidos do que sempre. Também comecei a recordá-los com muito mais facilidade. Todas as manhãs, sem praticamente esforço nenhum, lembrava-me de 2 a 5 sonhos que tivera. Como é obvio lembrava-me de mais detalhes nuns sonhos do que outros. Mas a parte interessante nem é essa.
Voltei a ter um sonho "inédito". Lembro-me de tantos detalhes e a própria duração do sonho foi tão grande que parece-me algo completamente diferente. Lembro-me de todos os locais que estive no sonho, todos os diálogos, o que pensei, pormenores como a cor das canetas ou a marca de café dos Bares, o tipo e cor de roupa das pessoas, o cabelo esbranquiçado de algumas personagens, enfim, tudo. Mas o mais estranho é que no próprio sonho, embora tenha começado durante o dia, estendeu-se pela noite, dormi, acordei de manhã e continuei com a minha "vida", seguindo mesmo o que estava a fazer no dia anterior (do sonho).



Estas experiências com Salvia levaram-me a uma enorme introspecção que, embora ainda tivesse muitas "pontas soltas", já tinha algumas certezas:
- As duas experiências mais profundas que tive (até à altura) com a Salvia foram, sem duvida, muito positivas. Trouxeram-me uma visão muito diferente da vida, baseada na experiência e não na "teoria". Objectivamente, as conclusões que tirei foram: a ideia de que existem várias dimensões é verdadeira. a máxima Hérmetica que diz que "O Todo é Mental" é verdadeira. A ideia de que "nós estamos onde está a nossa consciência" é verdadeira. (pelo menos) Muita coisa que já tinha lido sobre Ayahuasca e DMT é verdade. Neste contexto o conceito de "verdade" significa que vai de encontro à minha própria experiência.
- Se as experiências foram positivas, porque ter medo de continuar? Porque, no meu discernimento, ainda subsiste medo, ansiedade, sentido de auto-preservação, etc.
- Asclépio, o deus grego da medicina, assumia a forma de cobra. Na verdade, ainda hoje o simbolo da cobra é usado em todas as farmacias. É em tudo identico ao caduceu de Hermes/Mercurio.
Portanto, e concluindo por agora, este ataque predatório e extremamente intenso da "cobra" é uma cura. A sensação de morte, muito dificil de ultrapassar, é uma morte purificadora. Mas acredita que é muito, muito dificil entregar-me a ela.



Na altura, mal sabia eu que a próxima experiência com Salvia iria ser uma das vivências mais marcantes da minha vida, e uma das mais difíceis de ultrapassar.

Saturday, June 26, 2010

1ª experiência com Salvia Divinorum (interpretação)



Olá,
Este post é o seguimento directo do anterior, onde tentarei partilhar convosco alguns dos meus pensamentos e sensações originados por ter fumado Salvia.

Como disse no post anterior, fiquei completamente chocado quando apercebi-me que o que tinha visto apenas alguns segundos antes - por mais nitido que tenha sido - não era "verdade". A mudança de cenário, que afectou-me a visão, a audição e a percepção do tempo (calor) - foi fulminante.

Seria possível algo tão real não ser... real? Enquanto estive sob o efeito da Salvia aquela visão era tão ou mais real do que qualquer passagem anterior da minha vida: os sentidos estavam todos a funcionar em pleno e por momento algum apercebi-me que era uma visão. Não tinha nada a ver com aqueles sonhos que normalmente temos em que vemos mal, às vezes não ouvimos, mal pensamos, etc. Era tudo... real.
A par disso, tive um insight: "A ilusão da multiplicidade (todos os "eus", pessoas, animais, plantas, tudo...) nos multiplos universos é simplesmente a Grande Alma a ver tudo de todas as perspectivas."

Segue a transcrição do relato de uma conversa que tive com um amigo meu sobre o assunto. As perguntas dele ficarão a bold e as minhas respostas a itálico.



O seu relato é tão fantástico que me surgiu uma torrente de idéias e perguntas, tentarei colocar apenas as mais básicas, deixando as outras p/ o futuro:

1) Posso estar sendo tendencioso, mas seu relato me deixou a impressão de que voce passou por uma experiência semelhante a um sonho, só que muito mais nítido e de mais fácil memorização. Especialmente no segundo caso, pelo que entendi, parece que voce se transportou p/ um cenário completo e bastante concreto, tal qual num sonho, isso é correto ?


Sim, precisamente.


Outra coisa: se for assim, tratar-se-ia de um sonho lúcido, semi-lúcido ou não-lúcido ?

Não sei. Só sei que era muito mais real (nitido ao nível dos sentidos) do que os sonhos normais.


Ou seja: pareceu-me que voce realmente acreditava estar na Universidade, porém o que gostaria de saber é se, naquele momento, voce se lembrava de ter estado há pouco fumando em casa ou essa recordação de estar fumando em casa também havia desaparecido ?

A recordação de ter fumado em casa, na verdade a fumar em casa, desapareceu completamente. Estava naquele local a fumar e não em minha casa.


Qual era o grau de relativização da consciencia de "estar na Universidae" ? Ocorreu-lhe de algum modo uma interrogação como: "Eu estava há pouco em casa, como vim parar aqui ?" Ou simplesmente pareceu-lhe normal estar ali - sem qualquer senso do contexto todo?

Nunca me ocorreu ter estado em casa a fumar. Alias, não notei praticamente transição nenhuma. Agora, passado sensivelmente uma hora e meia, lembro-me do seguinte: fui à cozinha, acendi o cachimbo, dei um "tiro"/"cachimbada" e comecei a ouvir muito barulho. Como normalmente ouço os meus vizinhos, não fiz caso disso mas agora sei que aquele barulho (pessoas a falar) não eram eles. Quando dei por mim estava a fumar na universidade... entre o barulho e "fumar na universidade" não decorreram mais de 10 segundos.


2)Qdo voce me falou da substância, corri p/ ler algo na Internet. Achei uma matéria até bem detalhada, contando os estágios das experiências de quem fuma. Mas nenhuma daquelas descrições coincide com a sua. Qual será a causa, na sua opinião (será a dosagem, por exemplo) ?

Pois, realmente parece que esta experiência não se encaixa em nada que também li. Como não estou habituado a substâncias psicadélicas, e só fumei haxixe praí 5 vezes há cerca de 8 ou 9 anos, comecei pela dose "padrão": folha normal de Salvia + 1/3 (da quantidade de folha) de extracto 5x. Dei um unico "tiro" e fui teleportado para outra realidade sem me aperceber da transição. Foi tão rapido que, mesmo estando a fumar abaixado (ao nível do fogão) nem perdi o equilibrio.



3)acho muito importante voce ficar atento a qualquer insight ou pensamento, sensações, percepções daqui p/ a frente, pois é possível que voce tenha aberto uma porta cujos frutos amadureçam aos poucos.

Sinceramente tive uma avalanche de pensamentos, aliás, intuíções. Tudo o que li até hoje de Filosofia Oriental fez sentido instantaneamente. Vou dizer-te como abri a minha "porta mental". A experiência marcou-me muito. Quando reparei que estava em casa, de noite e sozinho, a minha mente rejeitou. Essa realidade parecia-me mais ténue (desfocada) do que a que tinha vivido por momentos e, como não notei transição entre realidades, "desconfiei" de estar em casa. Passado um minuto recordei-me que realmente tinha vindo para casa, e tinha decidido fumar.
Isso fez-me pensar muito sériamente em quem realmente serei. Mais, como a outra realidade era igual a esta (ao nivel do cenário e das pessoas) mas sem nunca ter acontecido, fez-me também pensar quem serão realmente os outros. Serão fruto do meu pensamento? Se fosse isso, quem seria eu aos "olhos" de outra pessoa qualquer? Não faz sentido. E então, sem fazer qualquer tipo de esforço, veio-me à mente a ideia: A ilusão da multiplicidade (todos os "eus", pessoas, animais, plantas, tudo...) nos multiplos universos é simplesmente a Grande Alma a ver tudo de todas as perspectivas.



É como se houvesse apenas uma Grande Consciência e toda a multiplicidade de formas e seres, por esses universos infinitos, fossem "olhos" desse Uno. É como se a existência fosse um grande mistério que, ao decorrer apenas numa fracção de segundo, demorasse uma Eternidade a ser vista de todas as perspectivas. Cada perspectiva, cada olho, sou eu, tu, qualquer um de nós. A Grande Alma toma consciência de si mesma através da infinidade de consciências (ilusóriamente) individuais.
A partir daqui, tudo o que li até hoje fez sentido. Tudo... tudo.
Depois de uma profundissima meditação senti que tudo, até a mais simples acção, é extremamente importante porque, embora pareça insignificante é algo que precisa acontecer. Tudo tem valor porque tudo precisa de ser experienciado. Tudo.

Friday, June 25, 2010

1ª experiência com Salvia Divinorum



Olá companheiros!
Numa tentativa de reanimar o blog, vou publicar uma série de relatos sobre algumas das minhas mais marcantes experiências com a Salvia.
As experiências com Salvia mudaram radicalmente a minha maneira de ver a vida e permitiram-me - em relação a muitos temas que estudei e meditei - passar de uma assimilação meramente mental para algo superior, ou seja, permitiram-me viver na primeira pessoa muitos dos ensinamentos teóricos que recebi.
A experiência que vou relatar hoje, que foi a primeira, foi extremamente simples mas mudou radicalmente a minha maneira de ser e estar. O local foi a cozinha do meu antigo apartamento e, ao contrário do que é aconselhavel, experimentei sozinho. A minha intenção era ao mesmo tempo objectiva e subjectiva: navegar pelo meu inconsciente. Objectiva por que sabia qual era a minha intenção, mas subjectiva por que não sabia o que iria encontrar...
Preparei uma dose simples de folha de Salvia num cachimbo normal que, no máximo, dá para três "cachimbadas".
Dei a primeira "cachimbada" e passados alguns segundos dei a segunda. Quando estava a preparar-me para dar a terceira, olhei para o lado e pedi aos meus colegas - que estavam comigo num local bastante conhecido por nós - para fazerem menos barulho. O Sol também estava a incomodar-me um pouco tanto pela luminosidade como pelo calor. Dei a terceira cachimbada. Passados alguns segundos olhei para o outro lado e apercebi-me de uma coisa que deixou-me quase em estado de choque: não estava a fumar Salvia durante o dia, nesse tal local, com os meus colegas e um calor abrasador. Estava em casa sozinho e era de noite.

A interpretação imediata dessa experiência, tal como toda a corrente de pensamentos que desencadeou durante todo o fim de semana será revelado noutro post que será publicado amanhã.

Até lá!

Friday, May 28, 2010

As cinco pinturas

Na noite de domingo para segunda, tive um sonho completamente diferente dos outros (tanto dessa noite, como das outras noites). Estava numa divisão relativamente escura com uma pessoa conhecida e um homem que não consegui identificar. O unico aspecto relevante nessa divisão eram 5 quadros/pinturas que estavam juntas umas das outras (em sequência). Recordo-me perfeitamente que todo o sonho estava envolvido em emoções muito intensas que, apesar de não conseguir identificá-las perfeitamente, intuitivamente sabia que era algo de muito importante.
Basicamente, o tal homem estava constantemente a insistir comigo perguntando-me qual era o significado global da sequência de pinturas. Dava para ver perfeitamente que ele sabia qual era o significado mas queria que eu descobrisse.



Todas as pinturas tinham cores escuras e retratavam a morte. A primeira pintura, que era a unica a cores, consistia numa caveira enorme com tons de cor de laranja. A segunda pintura era um esqueleto enforcado.
A terceira era um caixão, e as ultimas duas não conseguia vê-las, apesar dos quadros estarem lá. Lembro-me que quando estava a observar a pintura do caixão, o tal homem disse: "É assim que a Vida continua".
Passado um bocado, acordei por causa do despertador. Embora recordasse-me de outros sonhos, fiquei completamente focado naquele, porque intuía que tinha de perceber o significado de tudo aquilo... durante a manhã estive sempre a pensar no sonho e a revivê-lo mental e emocionalmente.
O tema geral das pinturas apontava nitidamente para a morte e, dada a insistência do homem no sonho, não tive duvidas que alguém próximo de mim ia morrer. Tendo chegado a essa conclusão, foi fácil de saber quem era essa pessoa.



A avó dessa pessoa minha conhecida que estava no sonho tida sido internada no Hospital, não muito mal e num estado constante. Nesse dia, insisti mais do que uma vez com essa pessoa para saber como estava a avó dela, até que ela acabou por dizer-me que tinha piorado muito e que já não comia nem falava. Como esse acontecimento deu razão à interpretação do sonho, tentei perceber o porquê de 5 pinturas, e não de outro numero qualquer...
Acabei por deduzir que 5 pinturas poderiam significar 5 dias de vida. Passados três dias de ter tido o sonho soubemos que a avó dela tem 48 horas de vida.



Como se isto tudo já não bastasse, acho que até sei o porquê de no sonho não ter visto as ultimas duas pinturas (os quadros estavam lá, mas a pintura era muito esborratada). Em rigor, as próprias cores das pinturas cada vez tornaram-se mais negras, inclusive os próprios "desenhos". O terceiro desenho, só a preto e branco, já era o próprio caixão, ao contrário (por exemplo) do segundo que era o tal esqueleto em tons de azul e cinzento enforcado (a morrer?). Por esta lógica, o 4º e 5º desenhor seriam a representação de algo pós-morte, que é um completo mistério para mim (daí não conseguir ver a pintura). Com tudo isto a bater anormalmente certo, pensei se a hora que tive o sonho seria a hora que a pessoa ia morrer e, para meu espanto, foi...
Tudo isto serviu para fazer um enorme trabalho de introspecção. Porque teria esse sonho? Qual seria a atitude correcta a tomar face à premonição deste acontecimento? Como é possível o nosso inconsciente trazer até ao consciente informação que ainda não aconteceu?

Aceitam-se interpretações.

Monday, April 26, 2010

Tabula Smaragdina



"Na verdade, na verdade, sem dúvidas e incertezas:
O que está em baixo assemelha-se ao que está em cima, e o que está em cima ao que está em baixo, para realizar os prodígios do Uno.
E como todas as coisas emanam do Uno, da meditação do Uno, assim também as coisas nasceram desse Uno por adaptação.
O Sol é o pai, a Lua a mãe; o Vento transportou-os no seu ventre e a Terra é a sua ama.
Ele é o Pai de todas as maravilhas do mundo. É plena a sua força quando se converte em Terra.
Separa a Terra do Fogo e o subtil do imperfeito, docemente, com grande engenho.
Sobe da Terra ao Céu e daí regressa à Terra, e recebe a força das coisas superiores e inferiores. Assim obterás toda a clarividência do mundo, e toda a obscuridade se afastará de ti.
É a força de todas as forças, pois vence toda a subtileza e penetra toda a densidade.
Deste modo foi criado o Mundo.
Assim serão operadas admiráveis variações e adaptações, para as quais é aqui dado o meio.
E foi-me dado o nome de Hermes Trismegisto, porque possuo as três partes da sabedoria de todo o universo."


in Tabula Smaragdina ("Tábula de Esmeralda"), monumento fulcral da imaginação hermética

Saturday, April 24, 2010

O momento da morte



"A natureza da mente é tal que o pecador que se arrepende e pratica um acto de fé de um poder superior tem maior probabilidade de ter uma experiência visionária beatífica que o pilar da sociedade satisfeito consigo mesmo e as suas justas indignações, a ansiedade quanto às suas possessões e pretensões, os seus hábitos inveterados de acusar, desprezar e condenar. Daí a enorme importância atribuída ao estado de espírito no momento da morte em todas as grandes tradições religiosas."

Céu e Inferno, Aldous Huxley

Tuesday, April 13, 2010

Two Sides to Ego-Death



"Death, it seemed to me, was no escape at all, nor even the entry point into oblivion, but rather was the very process through which the whole cosmic drama could continue. The unrelenting, unboundaried Wonder and Horror and Mystery of it all - peering through me at me from all angles - made me tremble and want to totally disappear. It was so fucking inconceivably real, and I (and everything else) seemd so blatently dreamlike, so conspicuously unreal - had I ever really existed? Had anything?
And if manifest existence was but the Absolute "making an appearance" then what exactly was I? I did not dare pursue such question too closely - and yet I could find no significant distance from them - for I felt incapable of bearing their answer."


Tryptamine Palace, página 313, James Oroc

Monday, March 22, 2010

Salvia Divinorum




Olá, após alguma reflexão, decidi publicar algumas das minhas experiências com Salvia Divinorum, que introduziram uma das maiores roturas de consciência que tive até hoje.
Como existe um site bastante bom sobre Salvia, vou fazer algumas citações sobre o que é esta planta sagrada, antes de contar as minhas experiências. Sintam-se à vontade para comentar ou partilhar as vossas experiências, desde que sejam úteis.

"A sálvia origina das montanhas mexicanas de Sierra Madre, em Oaxaca. É usada nesta região pelos curandeiros e curandeiras dos índios Mazatecas, em diferentes rituais. A planta é usada sobretudo quando os xamãs sentem a necessidade de descobrir a causa da doença de um paciente no mundo sobrenatural.

O termo Salvia divinorum traduz-se literalmente como "erva divina". A planta também é conhecida por termos mais populares, tais como: Ska (Maria) Pastora, folha da pastora, menta mágica, sava, etc.

A Salvia divinorum vende-se normalmente em folhas secas (frescas raramente se vendem) ou em forma de extracto. As folhas secas variam imenso em potência.

Os extractos de sálvia são geralmente concentrações de 5x, 10x e 20x (embora existam relatos de outras concentrações). Isto indica quantas vezes são mais potentes que as folhas secas normais.

A principal diferença entre a Salvia divinorum e os outros tipos de sálvias é a presença de uma substância chamada salvinorina. Este composto diterpénico (que apenas contém átomos de carbono, hidrogénio e oxigénio) está presente como salvinorina A (a 96%) e B (a 4%). Enquanto que a salvinorina B não contém quaisquer efeitos psicoactivos, a salvinoriana A é considerada a mais potente substância psicoactiva natural.



A sua potência é única: quando inalada, os efeitos sentem-se a partir dos 250 microgramas, enquanto que as doses de 1milligrama podem ter efeitos extremos.

Existem diferentes maneiras de usar a sálvia. A maioria das pessoas fuma a sálvia num bongo ou cachimbo, mas há vários outros métodos.

Sabe-se que os índios mexicanos Mazatecas usavam dois métodos tradicionais: infusão ou mastigar e engolir.

Os efeitos produzidos pela Salvia divinorum não são comparáveis a quaisquer efeitos produzidos por outras substâncias psicoactivas. Dependendo do peso do corpo, sensibilidade, dose tomada, método de ingestão e da potência da sálvia usada, os efeitos variam desde subtis a extremamente fortes. A sálvia não pode ser considerada uma droga para festas em qualquer aspecto. Pelo contrário, as pessoas geralmente não interagem quando se encontram sob o efeito da sálvia, mas têm uma experiência alucinogénia muito pessoal.

A duração da trip de sálvia também varia grandemente, dependendo do método de utilização e da quantidade usada. Fumar sálvia sabe-se que tem um efeito curto. Os efeitos dão-se rapidamente e alcaçam o seu auge após 5 a 25 minutos. Os efeitos desaparecem rapidamente, embora possas sentir a influência da sálvia durante uma ou duas horas. Quando tomada por via oral, os efeitos da sálvia surgem mais devagar, mas durarão mais tempo. No entanto, a maioria das pessoas relata que os efeitos acalmam após 60 a 120 minutos.

A sálvia é frequentemente agrupada com outras substâncias psicoactivas alucinogénias, mas na verdade os seus efeitos são únicos.

Durante a trip de sálvia podem ocorrer vários estados: alucinações bidimensionais, experiências de abandono do corpo, transformação num objecto, viajar no tempo, estar em vários sítios ao mesmo tempo, e riso incontrolável. O Erowid menciona os seguintes efeitos na sua página de perguntas frequentes:

* Perda da coordenação física
* Riso incontrolável
* Alterações visuais ou visões
* Experimentar realidades múltiplas
* Sensação de paz contemplativa
* Sensação de profundo entendimento
* Percepção sonhadora do mundo
* Sensação de confusão ou loucura totais
* Ver ou tornar-se um túnel
* Perda do sentido de individualidade
* Experimentar uma geometria “não-euclideana”
* Sensação de voar, flutuar, girar ou virar
* Sensação de estar imerso num campo de energia
* Sensação de estar ligado a um “todo” maior
* Sensação de estar por baixo da terra ou da água
* Viagens a outros tempos ou locais
* Tornar-se objectos inanimados (uma parede, escadas sofá, etc.)
* Ver padrões ou formas em forma de tubo, de cobra, ou de minhoca


Um famoso pesquisador desta planta, Daniel Siebert, inventou uma escala para os níveis da trip de sálvia. A sua escala da trip de S-A-L-V-I-A mostra 6 níveis:

* S – efeitos SUBTIS. Relaxamento e apreciação sensual; esta trip ligeira é útil para meditação, e pode facilitar o prazer sexual.
* A – percepção ALTERADA. Presta-se atenção a cores e texturas. O pensamento torna-se menos lógico e mais brincalhão.
* L – estado visonário LIGEIRO. Visões de olhos fechados (imagens claras com os olhos fechados).
* V – estado visionário VÍVIDO. Ocorrem cenários tridimensionais complexos e realísticos. De olhos fechados ocorrem fantasias. Enquanto mantiveres os olhos fechados podes acreditar que estas estão mesmo a acontecer.
* I – existência IMATERIAL. Possível perda da individualidade; sensação de consolidação com o divino.
* A – efeitos AMNÉSICOS. Perda da consciência. O indivíduo pode cair, ou permanecer imóvel ou ir de encontro a objectos. Perigoso!
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Saturday, January 9, 2010

Os insectos do DMT



Olá a todos!
Depois de um mês de ausencia(1) aqui estamos nós de volta ao trabalho!
Vou continuar com os depoimentos de outros reinos atingidos com elevadas quantidades de DMT, neste caso não através da meditação mas do estudo da autoria de Rick Strassman, presente no seu livro "DMT - The Spirit Molecule". Ao contrário do que inicialmente pensei, não vou traduzir os depoimentos, por forma a não perderem autenticidade.
O relato que se segue é interessante na medida em que abre as portas para os relatos que tenciono reproduzir nos próximos posts.

"That was real strange. There were a lot of elves. They were prankish, ornery, maybe four of them appeared at the side of a stretch of interstate highway I travel regularly. They commanded the scene, it was their terrain! They were about my height. They held up placards, showing me these incredibly beautiful, complex, swirling geometric scenes in them. One of them made it impossible for me to move. There was no issue of control; they were totally in control. They wanted me to look! I heard a giggling sound - the elves laughing or talking at high-speed volume, chattering, twittering.



First there was a mandala-like series of visuals, fleurs-de-lis—type visions. Then an insectlike thing got right into my face, hovering over me as the drug was going in. This thing sucked me out of my head into outer space. It was clearly outer space, a black sky with millions of stars.
I was in a very large waiting room, or something. It was very long. I felt observed by the insect-thing and others like it. Then they lost interest. I was taken into space and looked at.



There is a sinister backdrop, an alien-type, insectoid, not-quite-pleasant side of this, isn't there? It's not a "We're-going-to get-you-motherfucker." It's more like being possessed. During the experience there is sense of someone, or something else, there taking control. It's like you have to defend yourself against them, whoever they are, but they certainly are there. I'm aware of them and they're aware of me. It's like they have an agenda. It's like walking into a different neighborhood. You're really not quite sure what the culture is. It's got such a distinct flavor, the reptilian being or beings that are present."


Este relato é um padrão ao longo de todo o estudo e de muitos relatos sobre as experiências sob o efeito de, por exemplo, Ayahuasca. Esta "experiência padrão" é um dos aspectos mais importantes para pensarmos que realmente a realidade atingida durante estes estados alterados de consciência poderá ter um fundo de verdade bastante concreto.

Para mais informações sobre os insectos do DMT, clicar aqui.

(1) Estive bastante ocupado com a mudança de casa;